Eu sinto o vento e o cheiro da morte misturados.
Esta neblina cega meus olhos, mas não minha dor.
Sei tudo que deixei para trás, e tudo que não tenho mais.
Nas minhas veias pulsam o ódio e o rancor
Mas eu nem sei, de que lado estou e a quem atingir.
Tiro vidas e desmembro corpos, por não ter aonde ir.
Eu queria de volta aquele velho pôr-do-sol
Mas agora estou preso a isso como a isca ao anzol
Quando pus os pés aqui sabia que não poderia voltar
E depois de acenar um adeus era aqui que eu deveria ficar
Até me acostumei com água avermelhada manchando minha roupa
E as balas como vespas flamejantes zunindo à minha volta
E seu ato gélido de esperar a hora certa de apertar o gatilho
Torna você meu alvo, e eu acabo por lhe tirar a vida.
Antes a sua do que a minha, mas isto alivia meu sofrimento?
As imagens, os fantasmas, o barulho e o tormento? Eu não agüento.
Quantos deram suas vidas por uma liberdade que nunca existirá
Pois o homem sempre está preso ao desejo de dominar
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