sábado, 10 de dezembro de 2011

A sorte da Fragata

Quando joga-se a poita em abismos discrepantes
Pode o capitão simplesmente esquecer?
Arpoado e ferido pelo olhar horizonte
Em seu matiz esmeralda afogar-se e morrer?

E mesmo morto esquecido e decomposto
Seria imoral marolar as palavras quando
O mar junta-se a costa mesmo imposto
E de suas costas o vento nunca ter palatado o gosto?

Creio que não, ode, mote tudo a mão
Memórias idas e vindas do cais
Muito mais partidas, partido o coração
Do qual a espera em Marina jamais

Sorte tem a fragata que rompe a bruma
E madeixas douradas de sol respira
As penas do vôo causam inveja
Às penas do capitão de versos e piras

E mesmo a queimar cadáveres etéreos
Frutos de mortes por amor
Há beleza até no remorso seco
De nunca ter lhe mostrado ardor

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